A descoberta da circulação do vírus entre pessoas, inclusive na zona urbana de Roraima, traz à tona um alerta para a possibilidade de disseminação do vírus pelo Brasil. O estudo envolveu diversas instituições de pesquisa do Brasil e do exterior e foi liderado pela bióloga Julia Forato, sob orientação do professor José Luiz Módena, da Unicamp, e da bióloga Fabiana Granja, da Universidade Federal de Roraima (UFRR).
Segundo os resultados obtidos durante a pesquisa, foi constatada a presença do vírus mayaro em 3,4% das pessoas testadas em Roraima, o que levanta preocupações sobre a disseminação da doença. Até então, o vírus mayaro havia sido detectado apenas em animais silvestres em áreas de transição entre zonas rurais e urbanas em Roraima. No entanto, os resultados indicam que o vírus está se espalhando por diferentes áreas da região.
A detecção do vírus mayaro em áreas urbanas de Roraima levanta questionamentos sobre a possibilidade de outros mosquitos, incluindo o Aedes aegypti, que transmite a dengue, também estarem infectados com o vírus e atuando como vetores. A infectologista Rafaela Vieira Bruno ressalta a importância de adotar medidas preventivas antes que a disseminação do vírus se intensifique.
Além dos impactos na saúde, a disseminação do vírus mayaro pode ter consequências econômicas significativas a longo prazo. A doença pode causar dor e inflamação crônica nas articulações, afetando a qualidade de vida das pessoas infectadas. Por isso, é fundamental adotar medidas de prevenção, como evitar a exposição em áreas de mata sem proteção e usar repelentes, roupas compridas e mosquiteiros.
Diante dos recentes achados, é essencial que as autoridades de saúde estejam atentas para prevenir a disseminação do vírus mayaro e proteger a população contra essa nova ameaça à saúde pública. É importante investir em pesquisas e estratégias de combate ao vírus para evitar que a febre do mayaro se torne uma epidemia em todo o país.