Esse erro médico, que resultou na morte de pelo menos 3 mil pessoas, é considerado um dos piores escândalos da história do Serviço Nacional de Saúde, financiado pelo estado. Estima-se que aproximadamente 30 mil pessoas foram contaminadas devido aos tratamentos desastrosos da época. No entanto, acredita-se que o número de vidas afetadas seja ainda maior, uma vez que muitos casos de infecção nunca foram devidamente registrados.
Familiares das vítimas e sobreviventes clamam por justiça, indenização e respostas sobre como esse erro catastrófico foi permitido, mesmo diante de diversos avisos sobre os riscos de contaminação. Naquela época, amostras de sangue contaminado e produtos sanguíneos, inclusive importados dos Estados Unidos, foram utilizados em pacientes que necessitavam de transfusões ou tratamento para hemofilia.
De acordo com informações do Sunday Times, o primeiro-ministro Rishi Sunak está previsto para emitir um pedido de desculpas oficial, juntamente com a publicação do relatório de inquérito pelas autoridades. Além disso, o governo deverá anunciar um pacote de compensação financiado por empréstimos já na próxima terça-feira.
O escândalo resultou em declarações de desculpas públicas no passado, como a feita pelo ex-primeiro-ministro David Cameron em 2015. Em 2017, o governo da ex-primeira-ministra Theresa May deu início a um inquérito público para investigar por que os tratamentos contaminados não foram interrompidos mais cedo e se houve tentativas de encobrir o problema.
Até o momento, o governo já desembolsou cerca de 400 milhões de libras, aproximadamente R$ 2,5 bilhões, para pagar indenizações provisórias de 100 mil libras a algumas vítimas. As conclusões do inquérito estão programadas para serem divulgadas em breve, buscando trazer luz sobre esse sombrio capítulo da história da saúde no Reino Unido.