Morte de Ebrahim Raisi no Irã abre disputa pelo futuro político do país, com destaque para sucessão de liderança suprema.

A morte do presidente do Irã, Ebrahim Raisi, anunciada pelas autoridades do país nesta segunda-feira, gerou intensos debates sobre o futuro político da nação persa. Raisi, um líder político da linha dura do regime teocrático iraniano, não apenas ocupava o cargo de presidente, mas também era visto como o principal candidato para suceder o líder supremo, o aiatolá Ali Khamenei.

Sua morte repentina abre espaço para uma disputa pelo poder no Irã. O vice-presidente da República Islâmica, Mohammad Mokhber, assumiu interinamente o cargo de Raisi e terá a missão de convocar novas eleições em 50 dias. Enquanto isso, especula-se sobre quem ocupará o cargo de presidente e quem poderá suceder Khamenei.

Mojtaba Khamenei, filho do atual líder supremo, tem despontado como um dos nomes em destaque para a sucessão de seu pai. Apesar de não ter ocupado cargos importantes na política iraniana, Mojtaba tem coordenado o Gabinete de seu pai e mantém contatos influentes nos bastidores políticos do país. Com credenciais religiosas mais sólidas do que seu antecessor, Raisi, Mojtaba é visto como um possível sucessor pelo sistema teocrático iraniano.

Contudo, sua nomeação enfrentaria desafios, como a falta de projeção política e a resistência histórica à hereditariedade no Irã, em decorrência da Revolução Iraniana de 1979, que derrubou o governo do xá Reza Pahlavi. A possível nomeação de Mojtaba poderia ser interpretada como um golpe às bases da revolução, que combateu justamente a hereditariedade no poder.

Dessa forma, a morte de Raisi desencadeia uma série de especulações e incertezas sobre o futuro político do Irã, abrindo espaço para discussões sobre a linha sucessória e os rumos que o país persa poderá seguir nos próximos anos. O cenário político iraniano, marcado pela complexa relação entre religião, Estado e poder, promete ser agitado nas próximas semanas, conforme os protagonistas se movem em busca de posições estratégicas para as próximas eleições e nomeações políticas.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo