ONU pede maior vigilância para frear o tráfico de materiais nucleares e radioativos após registrar mais de 4.200 incidentes em 30 anos.

A Organização das Nações Unidas (ONU) emitiu um comunicado nesta segunda-feira solicitando maior vigilância para conter o tráfico de materiais nucleares e radioativos. Segundo a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), vinculada à ONU e responsável pelo controle nuclear, mais de 4.200 roubos ou incidentes relacionados a esses materiais foram documentados nos últimos 30 anos.

No ano passado, 31 países registraram 168 ocorrências, conforme reportado pela AIEA. A diretora da divisão de segurança nuclear da agência, Elena Buglova, ressaltou a importância da vigilância contínua e da melhoria da supervisão regulatória para garantir o controle, proteção e eliminação adequada do material radioativo.

Os dados foram divulgados durante a abertura da 4ª Conferência Internacional sobre Segurança Nuclear, realizada em Viena, na Áustria, sede da AIEA. Este encontro, que se estenderá até sexta-feira (24), acontece a cada quatro anos e reúne autoridades e especialistas no campo da segurança nuclear.

Atualmente, 145 países relatam à AIEA incidentes envolvendo materiais nucleares ou radioativos, perdidos, roubados, descartados de forma inadequada ou negligenciados. Devido ao uso dessas substâncias em diversas áreas, como hospitais, universidades e indústrias, é fundamental garantir a segurança e proteção desses materiais.

Há a preocupação de que grupos extremistas possam se apoderar desses materiais e utilizá-los em dispositivos conhecidos como “bombas sujas”, que dispersam materiais radioativos por meio de explosivos convencionais. Por isso, a AIEA reforça a importância da segurança e vigilância contínuas nesse setor.

A conferência também conta com a participação de autoridades internacionais, como Pranay Vaddi, alto funcionário da Casa Branca para o controle de armas e não proliferação, que ressaltou a necessidade de segurança diante da crescente difusão da energia nuclear e dos materiais nucleares nos próximos anos. Esta atenção é crucial para prevenir potenciais ameaças e garantir a segurança global.

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