A disputa pela fazenda “Bênção Divinal” teve início antes da compra por Éder Mauro. Em 2017, o imóvel pertencia a um proprietário de serraria no Pará, que negociou a venda por R$ 500 mil. No entanto, a transação nunca foi concluída devido a problemas no pagamento. Diante desse impasse, os documentos da propriedade nunca foram entregues.
Sem receber os registros da fazenda, o empresário Cleber Eduardo de Lima Ferreira, de acordo com a investigação, teria elaborado um documento falso em nome de uma idosa que já havia falecido. O delegado da Polícia Civil responsável pelo caso afirmou que se trata de uma fraude elaborada e que a idosa nunca esteve no cartório para formalizar qualquer transação.
Em 2020, Éder Mauro comprou a fazenda por R$ 330 mil, uma depreciação de 34% em relação ao valor da primeira venda em 2017. Posteriormente, o antigo proprietário decidiu ingressar com uma ação de reintegração de posse contra o deputado. O advogado de Éder Mauro alega que o antigo dono da serraria é um “grileiro” e não tinha domínio legítimo sobre a fazenda.
A investigação da Polícia Civil resultou em uma ação penal contra três pessoas envolvidas nas transações imobiliárias, mas Éder Mauro não foi acusado. O desfecho dessa polêmica envolvendo a fazenda “Bênção Divinal” ainda está pendente de julgamento na Justiça.
Todo esse imbróglio jurídico revela os bastidores e as irregularidades que envolvem transações imobiliárias no Pará, chamando a atenção para a importância da documentação e da legalidade em compras de propriedades rurais. É um caso que promete continuar repercutindo e levantando questionamentos sobre a conduta ética de parlamentares e empresários na região.