Ramírez, vencedor do Prêmio Cervantes em 2017, foi destituído de sua nacionalidade e forçado a se exilar após apoiar os protestos antigovernamentais de 2018, que resultaram em mais de 300 mortes. Em suas obras, a situação política da Nicarágua sempre foi um tema recorrente e ele refletiu sobre a possibilidade de sua nação repetir um ciclo de ditaduras e conflitos. No entanto, o escritor mantém a esperança de que, por meio de uma transição democrática, a Nicarágua possa voltar a ter instituições sólidas e um governo eleito, garantindo assim uma vida pacífica para seus cidadãos.
Quando questionado sobre a atual situação de exílio forçado, Ramírez demonstrou esperança em um retorno ao seu país. Ele ressaltou que a História é imprevisível e que mudanças democráticas podem acontecer mesmo em momentos de obscuridade. Além disso, apontou a necessidade de uma mudança política na Nicarágua, afirmando que os governos ditatoriais tendem a se agravar por conta própria.
Ramírez também abordou a atuação da comunidade internacional frente à Nicarágua, destacando a falta de atenção do mundo devido à não relevância geopolítica do país. No entanto, ele ressaltou a importância de maior reconhecimento nos fóruns internacionais e pelos governos de outros países.
Em uma análise mais ampla sobre a América Central, o escritor mostrou-se otimista, destacando a possibilidade de mudanças democráticas positivas, como no caso da Guatemala. Para Ramírez, a eleição de novos líderes políticos na região pode contribuir significativamente para a saúde da democracia na América Central. Em meio a um cenário de incertezas, o escritor mantém a esperança de um futuro mais democrático e pacífico para sua terra natal.