Em setembro de 2021, pesquisadores da NYU Langone Health realizaram o primeiro transplante de rim de porco geneticamente modificado para um humano. Desde então, mais transplantes desse tipo foram realizados, incluindo dois corações de porco transplantados para humanos em 2022. Todos os procedimentos foram realizados em pacientes com morte cerebral, com o consentimento de suas famílias.
Durante os transplantes, foram coletadas amostras de sangue e tecidos para análise dos processos celulares e genéticos. Os pesquisadores descobriram que, embora não houvesse uma rejeição imediata dos órgãos transplantados, foram observadas reações sutis que poderiam levar ao fracasso dos xenotransplantes ao longo do tempo. As células imunológicas humanas reagiram aos órgãos dos porcos infiltrando-se nos tecidos transplantados e desencadeando reações complexas.
Além disso, as análises revelaram que os xenotransplantes podem desencadear respostas imunológicas agressivas, como a rejeição mediada por anticorpos, que podem comprometer a funcionalidade dos órgãos transplantados. Os pesquisadores destacaram a importância de compreender essas interações para desenvolver estratégias de imunossupressão mais eficazes.
Outro estudo investigou a interação entre os corações de porcos transplantados e as células humanas circundantes. Os resultados mostraram um aumento dramático de certos tipos de células, o que levou a complicações graves pós-transplante, como a disfunção perioperatória do xenoenxerto cardíaco (PCXD).
A análise multiômica dos corações transplantados revelou informações valiosas sobre as respostas imunológicas e a dinâmica celular após os xenotransplantes. Esses estudos oferecem insights importantes para melhorar a tolerância dos receptores aos órgãos de porcos e reduzir as complicações associadas aos transplantes xenogênicos. A pesquisa deve continuar a avançar para garantir a eficácia e segurança desses procedimentos inovadores.
