Este estudo, que contou com a participação de 212 mil pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), é considerado um dos mais abrangentes sobre o assunto no contexto brasileiro. As DIIs, que caracterizam-se pela inflamação do trato gastrointestinal, atingiram mais de 5 milhões de pessoas em todo o mundo. As formas mais comuns dessas doenças são a doença de Crohn e a retocolite ulcerativa, que afetam predominantemente adolescentes e jovens adultos.
No que diz respeito às duas principais condições, os casos de Crohn aumentaram 167,4% no período estudado, enquanto a retocolite ulcerativa teve um crescimento ainda mais expressivo, de 257,6%. Entre os pacientes participantes da pesquisa, 119.700 foram diagnosticados com retocolite ulcerativa, 71.321 com Crohn, e 21.005 não tiveram um diagnóstico específico, sendo categorizados como portadores de “doença inflamatória intestinal”.
A pesquisa ainda revela que as taxas de prevalência em 2020 foram maiores nas regiões Sul e Sudeste do Brasil, em comparação com as regiões Norte e Nordeste. Estados como São Paulo e Espírito Santo tiveram índices significativos, enquanto no Piauí, região Norte do país, as taxas foram mais baixas.
Diante desse cenário preocupante, a Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP) destaca a importância de identificar precocemente as DIIs, que carecem de causas definitivas e não possuem curas definitivas. O diagnóstico precoce pode auxiliar na adoção de um tratamento eficaz, melhorando a qualidade de vida dos pacientes e até mesmo levando à remissão dos sintomas. A SBCP enfatiza a necessidade de uma abordagem personalizada, incluindo uma equipe multidisciplinar composta por médicos e nutricionistas, para garantir o bem-estar dos pacientes.
Portanto, fica evidente a urgência de ações para combater o avanço das doenças inflamatórias intestinais no Brasil e promover a saúde gastrointestinal da população. Os números apresentados neste estudo reforçam a importância da conscientização e do acesso a diagnósticos e tratamentos adequados para as DIIs, visando a melhoria da qualidade de vida dos pacientes e a redução do impacto dessas doenças na sociedade.