Aumento exponencial de 233%: Brasil registra crescimento alarmante de casos de doenças inflamatórias intestinais em 8 anos

Segundo um estudo publicado recentemente na renomada revista The Lancet Regional Health Americas, o Brasil está enfrentando um aumento alarmante no número de casos de doenças inflamatórias intestinais (DII). Os dados revelam que houve um crescimento de 233% nos diagnósticos de DII entre os brasileiros nos últimos oito anos, passando de 30 casos por 100 mil habitantes em 2012 para incríveis 100,1 casos por 100 mil pessoas em 2020.

Este estudo, que contou com a participação de 212 mil pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), é considerado um dos mais abrangentes sobre o assunto no contexto brasileiro. As DIIs, que caracterizam-se pela inflamação do trato gastrointestinal, atingiram mais de 5 milhões de pessoas em todo o mundo. As formas mais comuns dessas doenças são a doença de Crohn e a retocolite ulcerativa, que afetam predominantemente adolescentes e jovens adultos.

No que diz respeito às duas principais condições, os casos de Crohn aumentaram 167,4% no período estudado, enquanto a retocolite ulcerativa teve um crescimento ainda mais expressivo, de 257,6%. Entre os pacientes participantes da pesquisa, 119.700 foram diagnosticados com retocolite ulcerativa, 71.321 com Crohn, e 21.005 não tiveram um diagnóstico específico, sendo categorizados como portadores de “doença inflamatória intestinal”.

A pesquisa ainda revela que as taxas de prevalência em 2020 foram maiores nas regiões Sul e Sudeste do Brasil, em comparação com as regiões Norte e Nordeste. Estados como São Paulo e Espírito Santo tiveram índices significativos, enquanto no Piauí, região Norte do país, as taxas foram mais baixas.

Diante desse cenário preocupante, a Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP) destaca a importância de identificar precocemente as DIIs, que carecem de causas definitivas e não possuem curas definitivas. O diagnóstico precoce pode auxiliar na adoção de um tratamento eficaz, melhorando a qualidade de vida dos pacientes e até mesmo levando à remissão dos sintomas. A SBCP enfatiza a necessidade de uma abordagem personalizada, incluindo uma equipe multidisciplinar composta por médicos e nutricionistas, para garantir o bem-estar dos pacientes.

Portanto, fica evidente a urgência de ações para combater o avanço das doenças inflamatórias intestinais no Brasil e promover a saúde gastrointestinal da população. Os números apresentados neste estudo reforçam a importância da conscientização e do acesso a diagnósticos e tratamentos adequados para as DIIs, visando a melhoria da qualidade de vida dos pacientes e a redução do impacto dessas doenças na sociedade.

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