Presidente Emmanuel Macron viaja para Nova Caledônia em meio a crise separatista, na tentativa de conter tumultos e violência.

O presidente Emmanuel Macron realizou uma viagem de emergência para a Nova Caledônia, território francês no sudoeste do Pacífico, em meio a uma crise política que resultou em nove dias de tumultos, seis mortes e centenas de feridos. A decisão do mandatário francês reflete a gravidade da situação na região, marcada por tensões separatistas.

A crise teve início devido a um plano do governo francês de estender o direito ao voto a residentes não indígenas que vivem na Nova Caledônia há pelo menos 10 anos. Os indígenas Kanaks, que representam cerca de 40% da população, se posicionaram contrários a essa medida, alegando que ela marginalizaria ainda mais o povo Kanak nas instituições locais, controladas majoritariamente por representantes pró-franceses.

Na tentativa de conter a violência, Macron decidiu criar uma força-tarefa para lidar com a crise e passará cerca de 12 horas no local, mudando sua agenda antes das eleições europeias. A preocupação do governo francês se estende à possibilidade de interferência estrangeira na crise, com acusações direcionadas ao Azerbaijão. Além disso, um ataque cibernético “sem precedentes” afetou um provedor de internet na região.

A situação se agravou com a continuidade dos tumultos, que resultaram em veículos, lojas, empresas e escolas incendiadas. A polícia prendeu mais de 280 manifestantes e os confrontos envolveram tanto separatistas Kanaks quanto moradores de origem francesa, criando um clima de divisão e tensão no território.

Diante desse cenário, Macron enfrenta um desafio político delicado, tendo que equilibrar interesses divergentes e resolver conflitos históricos na região. A viagem de última hora do presidente francês reflete a urgência e a complexidade da situação na Nova Caledônia, que pode ter desdobramentos significantes para o futuro do território e das relações entre a França e seus territórios ultramarinos.

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