Alerj instaura CPI para investigar descumprimento de contrato de planos de saúde para pessoas com deficiência

Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) instaurou uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) nesta quinta-feira para investigar o descumprimento de contratos de planos de saúde destinados a pessoas com deficiência. O deputado Fred Pacheco (PMN) requereu a CPI em março deste ano e rapidamente obteve as assinaturas necessárias de acordo com o regimento interno da Alerj.

A instauração da CPI foi publicada em edição extra do Diário Oficial do Estado e é fruto de uma intensa campanha liderada pelo parlamentar, que recebeu diversas reclamações de mães e pais de pessoas com deficiência. Uma comitiva chegou a ir ao Tribunal de Justiça para cobrar a rápida execução de decisões favoráveis às pessoas com deficiência.

Fred Pacheco, também conhecido como cantor e compositor cristão, destacou que a instauração da CPI é uma vitória do povo do Rio e, principalmente, das mães e pais de pessoas com deficiência, que lutam com coragem para garantir o tratamento de seus filhos. A fisioterapeuta Fabiane Alexandre Simão, presidente da Associação Nenhum Direito a Menos e mãe de uma criança com paralisia cerebral e transtorno do espectro autista, ressaltou a importância da CPI para as famílias afetadas.

No dia 15 deste mês, mães realizaram um protesto em frente ao Palácio Guanabara contra o cancelamento unilateral do plano de saúde Amil para pessoas com transtorno do espectro autista. A situação também está impactando pessoas em cuidados médicos domiciliares, que dependem de suporte vital, como respiradores. A fisioterapeuta Fabiane Simão, que participou do protesto, alertou sobre os riscos dessa situação.

Especialistas em direito do consumidor afirmam que o cancelamento unilateral de planos de saúde em casos de tratamento de saúde, como o autismo, é ilegal. Os beneficiários podem recorrer à Justiça para garantir a continuidade do tratamento e ainda pleitear indenizações por danos morais.

Em junho de 2022, a Agência Nacional de Saúde (ANS) ampliou as regras de cobertura para transtornos globais do desenvolvimento, como o transtorno do espectro autista. A decisão tornou obrigatória a cobertura de qualquer método ou técnica indicada pelo médico para o tratamento de pacientes com esses transtornos. A ANS justificou a decisão com base no princípio da igualdade e na necessidade de garantir o acesso a tratamentos adequados para todos os pacientes diagnosticados com transtornos globais do desenvolvimento.

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