Um exemplo disolador é o de Silvano Soares Fagundes, morador da Vila Santo André, no Humaitá, na zona norte da capital gaúcha. Ele conta que ao chegarem a um local mais alto, próximo de suas casas alagadas, se depararam com saques. Desde então, Silvano, sua esposa, filhas e vizinhos montaram um acampamento improvisado, formando uma comunidade de desabrigados, num total de 40 pessoas, que fazem parte das quase 600 mil espalhadas por todo o estado.
A falta de condições dignas é evidente nesses acampamentos. Hariana Pereira, por exemplo, relata a situação precária em que se encontra, sem renda, dormindo num furgão antigo. A solidariedade de algumas pessoas, enviando ajuda, tem sido o que tem garantido a sobrevivência dessas famílias.
A história de pessoas como Hariana e Silvano revela a necessidade de auxílio por parte das autoridades públicas. A espera por programas sociais como o Auxílio Reconstrução é a esperança de reerguer o pouco que restou. No entanto, a negligência das autoridades é apontada como uma das principais causas dessas tragédias, com diques rompidos e falta de manutenção.
Outros relatos de famílias mostram a dificuldade de separação em abrigos, a desumanidade de viver em condições precárias e a incerteza quanto ao futuro, especialmente para os mais vulneráveis socioeconômicamente. A desigualdade de renda é uma realidade que se reflete diretamente no impacto das catástrofes naturais, afetando principalmente os mais pobres e a população negra.
Diante desse cenário desolador, é fundamental que as autoridades tomem medidas efetivas para garantir condições dignas para essas famílias desabrigadas. A solidariedade daqueles que estão contribuindo com ajuda é louvável, mas é preciso que o poder público assuma sua responsabilidade diante dessa crise humanitária. A população não pode ser abandonada à própria sorte em momentos tão difíceis.