Perseguição a defensores dos direitos humanos na Guatemala é considerada alarmante pela Anistia Internacional

A Anistia Internacional denunciou em comunicado divulgado nesta quinta-feira (23) a perseguição que operadores de justiça e defensores dos direitos humanos têm enfrentado na Guatemala. Segundo Ana Piquer, diretora das Américas da AI, o Ministério Público e o Poder Judiciário locais têm adotado uma estratégia de perseguição penal infundada e intimidação contra esse grupo.

De acordo com o comunicado, essa estratégia tem permitido a discriminação e a violência de gênero contra as mulheres que lutam contra a corrupção e a impunidade no país. Porras, a procuradora-geral controversa que lidera essa caçada judicial, já foi sancionada pelos Estados Unidos e pela União Europeia por corrupção. O presidente atual, Arévalo, tenta destituí-la, mas enfrenta obstáculos legais.

O relatório da AI destaca que cerca de 30 operadores de justiça e jornalistas da Guatemala vivem exilados devido às perseguições. Ana Piquer ressaltou que essas ações de assédio e abuso do sistema penal representam uma violação dos direitos humanos e um desmantelamento da luta contra a corrupção e a impunidade no país.

O relatório da AI é baseado em entrevistas e na análise de uma dúzia de casos, que evidenciam o padrão de criminalização e assédio empregado contra os defensores dos direitos humanos na Guatemala. Mulheres como a ex-promotora e prisioneira política Virginia Laparra têm sido alvo dessas ações injustas por desempenharem funções legítimas no sistema de justiça criminal.

Em vez de serem protegidas, essas mulheres estão sendo expostas a punições adicionais simplesmente por enfrentarem a impunidade e os papéis de gênero tradicionalmente estabelecidos. Essa perseguição representa um retrocesso nos esforços para garantir a justiça e a igualdade de gênero no país.

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