De acordo com o comunicado, essa estratégia tem permitido a discriminação e a violência de gênero contra as mulheres que lutam contra a corrupção e a impunidade no país. Porras, a procuradora-geral controversa que lidera essa caçada judicial, já foi sancionada pelos Estados Unidos e pela União Europeia por corrupção. O presidente atual, Arévalo, tenta destituí-la, mas enfrenta obstáculos legais.
O relatório da AI destaca que cerca de 30 operadores de justiça e jornalistas da Guatemala vivem exilados devido às perseguições. Ana Piquer ressaltou que essas ações de assédio e abuso do sistema penal representam uma violação dos direitos humanos e um desmantelamento da luta contra a corrupção e a impunidade no país.
O relatório da AI é baseado em entrevistas e na análise de uma dúzia de casos, que evidenciam o padrão de criminalização e assédio empregado contra os defensores dos direitos humanos na Guatemala. Mulheres como a ex-promotora e prisioneira política Virginia Laparra têm sido alvo dessas ações injustas por desempenharem funções legítimas no sistema de justiça criminal.
Em vez de serem protegidas, essas mulheres estão sendo expostas a punições adicionais simplesmente por enfrentarem a impunidade e os papéis de gênero tradicionalmente estabelecidos. Essa perseguição representa um retrocesso nos esforços para garantir a justiça e a igualdade de gênero no país.