População idosa enfrenta carência de abrigos em meio às enchentes no Rio Grande do Sul, revelam dados alarmantes.

A população mais vulnerável a catástrofes climáticas no Rio Grande do Sul é a dos idosos. Diante das enchentes que assolaram o estado nas últimas semanas, apenas dois abrigos provisórios exclusivos para esse público foram disponibilizados até o momento. Essa situação alarmante foi apontada pela Unidade Especial de Atenção da Pessoa Idosa e pelo Conselho Estadual da Pessoa Idosa, ligados à Secretaria de Desenvolvimento Social do Rio Grande do Sul.

Um desses abrigos exclusivos está localizado em Canoas, no Centro de Convivência da Pessoa Idosa, enquanto o outro fica em Porto Alegre, no bairro Farroupilha, e foi aberto por organizações da sociedade civil e voluntários, com apoio do governo estadual. Cátia Siqueira, coordenadora da Unidade Especial de Atenção da Pessoa Idosa, destacou a importância de espaços com olhar especializado para idosos com problemas de saúde, conforme preconizado pelo Estatuto da Pessoa Idosa.

A preocupação com a baixa oferta de lugares adequados para idosos em situação de vulnerabilidade é evidente, especialmente para aqueles que não têm familiares ou possuem elevado grau de dependência. O Rio Grande do Sul é o estado brasileiro com a maior proporção de idosos em relação à população, o que coloca a demanda por abrigos especializados em destaque.

Dos mais de 800 abrigos cadastrados pela Sedes em todo o estado, apenas dois são exclusivos para idosos, o que revela a falta de preparo para lidar com essa parcela da população. A situação se agrava com o número de idosos afetados pelas enchentes, estimado em 8.590 apenas nos abrigos cadastrados pelo governo estadual.

O abrigo provisório em Porto Alegre, denominado Abrigo Emergencial 60+, conta com uma equipe completa de profissionais da saúde e voluntários para atender até 40 pessoas. No entanto, a preocupação recai sobre o futuro desses idosos, visto que o abrigo tem previsão de funcionamento por apenas seis meses. A necessidade de garantir que essas pessoas possam seguir suas vidas com dignidade é um desafio diante da escassez de locais adequados para acolhê-las.

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