Haddad comparou a proposta brasileira a um possível “Pilar 3” da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), ressaltando a importância de ampliar as discussões em torno do tema. Com a intenção de melhorar a proposta em conjunto, o ministro planeja reunir representantes políticos e das instituições de ensino de todo o planeta.
De acordo com Haddad, a proposta de tributação global dos super-ricos foi apresentada pela primeira vez em fevereiro, durante a reunião do G20 em São Paulo, e foi reforçada em uma nova reunião em abril, nos Estados Unidos. Até o momento, países como França, Espanha, Colômbia, União Africana e Bélgica já manifestaram apoio à proposta brasileira, enquanto os Estados Unidos a rejeitaram.
O economista francês Gabriel Zucman, um dos autores da ideia, destacou que a taxação dos super-ricos afetaria apenas 3 mil indivíduos em todo o mundo, com potencial de arrecadar cerca de US$ 250 bilhões por ano. No Brasil, um estudo realizado pelo Centro de Pesquisa em Macroeconomia das Desigualdades da Universidade de São Paulo indicou que o imposto mínimo de 2% sobre a renda dos 0,2% mais ricos do país poderia arrecadar aproximadamente R$ 41,9 bilhões anualmente. Esses recursos poderiam impactar positivamente áreas como ciência e tecnologia, meio ambiente e mudanças climáticas, trazendo benefícios significativos para a sociedade como um todo.