Proposta brasileira de tributação global dos super-ricos ganha adesão de países em tempo recorde, revela ministro da Fazenda.

Durante o encerramento do Simpósio de Tributação Internacional do G20, que ocorreu em Brasília nesta quinta-feira (23), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, falou sobre a proposta apresentada pelo Brasil para a tributação global de 2% da renda dos super-ricos, durante a presidência do país no grupo. Segundo Haddad, a proposta tem ganhado adesão rapidamente de diversos países, incluindo membros do G7 e países da Europa, o que representa um avanço significativo.

Haddad comparou a proposta brasileira a um possível “Pilar 3” da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), ressaltando a importância de ampliar as discussões em torno do tema. Com a intenção de melhorar a proposta em conjunto, o ministro planeja reunir representantes políticos e das instituições de ensino de todo o planeta.

De acordo com Haddad, a proposta de tributação global dos super-ricos foi apresentada pela primeira vez em fevereiro, durante a reunião do G20 em São Paulo, e foi reforçada em uma nova reunião em abril, nos Estados Unidos. Até o momento, países como França, Espanha, Colômbia, União Africana e Bélgica já manifestaram apoio à proposta brasileira, enquanto os Estados Unidos a rejeitaram.

O economista francês Gabriel Zucman, um dos autores da ideia, destacou que a taxação dos super-ricos afetaria apenas 3 mil indivíduos em todo o mundo, com potencial de arrecadar cerca de US$ 250 bilhões por ano. No Brasil, um estudo realizado pelo Centro de Pesquisa em Macroeconomia das Desigualdades da Universidade de São Paulo indicou que o imposto mínimo de 2% sobre a renda dos 0,2% mais ricos do país poderia arrecadar aproximadamente R$ 41,9 bilhões anualmente. Esses recursos poderiam impactar positivamente áreas como ciência e tecnologia, meio ambiente e mudanças climáticas, trazendo benefícios significativos para a sociedade como um todo.

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