Historicamente, essas pessoas eram rotuladas como hermafroditas, um termo considerado pejorativo nos dias atuais por muitas pessoas intersexo. De acordo com a ONU, indivíduos intersexuais frequentemente passam por procedimentos de “normalização” para se adequarem aos estereótipos de sexo e gênero, o que inclui a ideia de que mulheres devem ser capazes de ter penetração vaginal e homens devem urinar em pé.
No Brasil, a jornalista e fotógrafa Céu Albuquerque se tornou a primeira pessoa intersexo a conquistar o direito de retificar seu nome e sexo na certidão de nascimento em março deste ano. Ela precisou passar por oito cirurgias para corrigir uma mutilação sofrida na infância.
Em setembro de 2015, a ONU emitiu a primeira nota informativa sobre os direitos das pessoas intersexo, seguida por uma convocação aos governos de todo o mundo no ano seguinte, solicitando a proibição de cirurgias forçadas e outros procedimentos médicos desnecessários em crianças intersexo, especialmente sem consentimento.
Os procedimentos cirúrgicos de “normalização” ou “reconstrução genital” mais comuns incluem labioplastias, vaginoplastias, remoção do clitóris, gonadectomias, entre outros. No entanto, a controversa questão dessas cirurgias reside na falta de consenso médico sobre sua necessidade e momento adequado. Além disso, tais intervenções podem violar os direitos quando realizadas sem o pleno consentimento do paciente.
Portanto, é fundamental debater e conscientizar sobre os direitos das pessoas intersexo, visando garantir seu bem-estar e respeito, além de evitar violações de direitos humanos essenciais.