De acordo com a porta-voz do gabinete dos Direitos Humanos da ONU, Elizabeth Throssell, dezenas de milhares de civis foram deslocados nos setores de Buthidaung e Maungdaw devido aos confrontos que vêm ocorrendo nos últimos dias. A situação levou aproximadamente 45 mil rohingyas a buscarem refúgio perto do rio Naf, próximo à fronteira com Bangladesh.
Os conflitos em Rakhine se intensificaram desde que combatentes do Exército de Arakan atacaram as forças da Junta Militar em novembro, pondo fim a um cessar-fogo estabelecido desde o golpe de 2021. O Exército de Arakan reivindica lutar por maior independência para a população étnica do estado, onde também reside uma comunidade de 600 mil rohingyas, uma minoria muçulmana perseguida em Mianmar.
Diante da gravidade da situação, o Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Turk, apelou para que Bangladesh e outros países forneçam proteção efetiva aos refugiados, de acordo com o direito internacional.
A União Europeia, os Estados Unidos e várias outras nações expressaram preocupação com a escalada da violência e os danos crescentes aos cidadãos. Esses países também defendem a responsabilização por todas as atrocidades cometidas em Mianmar e citaram relatos de civis atacados, torturados e utilizados como escudos humanos, além de relatos de violência sexual contra mulheres e crianças.
No comunicado conjunto, essas nações destacaram os constantes ataques a cidades e vilas no estado de Rakhine e alertaram para os riscos de uma grave escalada de violência na região.iroprudência.