Durante o primeiro semestre de 2023, o IBGE analisou 210 mil domicílios em todo o país, envolvendo mais de 200 milhões de pessoas. Entre os participantes, 38.395 eram crianças e adolescentes de 5 a 17 anos, onde os números demonstraram que 14,8% desse grupo, equivalente a 5,7 milhões de indivíduos, não haviam recebido nenhuma dose da vacina até o momento da pesquisa. Em contraste, apenas 3,4% dos entrevistados maiores de 18 anos estavam na mesma situação.
Os pais e responsáveis das crianças e adolescentes indicaram o medo de reações adversas como o principal motivo para a não vacinação, representando 39,4% das justificativas. Outras razões incluíram a crença na imunidade natural (21,7%), a falta de confiança na vacina (16,9%), a recomendação de um profissional de saúde (6,4%) e a não disponibilidade da vacina desejada (5,7%).
A pesquisa ressaltou que a vacinação contra a covid-19 para crianças a partir de 6 meses de idade foi incluída no calendário nacional apenas no início de 2024, aumentando a importância da imunização desse público. A falta de vacinação nesse grupo torna as crianças e adolescentes mais suscetíveis à doença, contribuindo para uma alta incidência de casos graves e até mesmo óbitos nessa faixa etária.
Os especialistas alertam para a gravidade da situação, destacando que as crianças estão se tornando um grupo de risco significativo para a covid-19, com números de casos graves se equiparando aos de idosos, anteriormente considerados o principal grupo vulnerável. A vacinação nesse público se torna fundamental para garantir a proteção e a saúde desses indivíduos, reduzindo as taxas de incidência e mortalidade pela doença.