A pesquisa envolveu a análise de 131 recém-nascidos, com idades entre um e três dias, no Hospital Infantil Sant Joan de Déu de Barcelona. Duas duplas de gêmeos estavam incluídas no estudo. As mães participantes eram bilíngues, sendo a grande maioria falando catalão e espanhol, línguas predominantes na região da Catalunha. No entanto, outras línguas, como árabe, inglês, romeno e português, também foram mencionadas.
Durante a pesquisa, os cientistas colocaram eletrodos nas testas dos recém-nascidos para monitorar suas respostas a diferentes sons da fala. Os estudos indicaram que os bebês de mães bilíngues eram mais sensíveis a uma variedade maior de variações acústicas na fala em comparação com os bebês de mães monolíngues, que estavam mais sintonizados com a única língua à qual foram expostos.
Os pesquisadores explicam que a exposição pré-natal à linguagem modula a codificação neural dos sons da fala, impactando o desenvolvimento dos bebês desde o nascimento. Essa descoberta ressalta a importância da exposição a múltiplas línguas desde o útero, preparando os bebês para um ambiente linguístico diversificado e beneficiando seu aprendizado e percepção auditiva nos primeiros dias de vida.
Em conclusão, o estudo não apenas destaca a complexidade do desenvolvimento neural em bebês, mas também sugere que a exposição pré-natal a múltiplas línguas pode ter benefícios significativos para o desenvolvimento cognitivo e linguístico das crianças. Os autores do estudo apontam que essas descobertas fornecem novas perspectivas sobre os efeitos da exposição à linguagem pré-natal e seu impacto no desenvolvimento dos bebês.