Negociações com Ifes ficam estagnadas e greve nas universidades federais continua, anunciam entidades coordinatoras. Ministério nega margem para novas contrapropostas.

As universidades e institutos federais de ensino superior (Ifes) estão em greve e não têm intenção de assinar o acordo proposto pelo Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos. Em uma coletiva de imprensa realizada nesta sexta-feira (24), as entidades coordenadoras da paralisação exigiram a continuidade das negociações, mesmo após o ministério informar que encerraria as negociações com os professores na próxima segunda-feira (27).

O presidente do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), Gustavo Seferian, afirmou que o governo está sendo intransigente ao dar por concluídas as negociações unilateralmente. Segundo Seferian, é possível acomodar as demandas remuneratórias e de investimento nas instituições federais de ensino superior dentro do orçamento deste ano.

A greve teve início em 15 de abril e, de acordo com o Andes, 59 universidades e mais de 560 colégios federais estão paralisados. A proposta do governo, apresentada em maio, prevê reajustes que variam de 13,3% a 31% até 2026, mas só começariam a ser aplicados em 2025. Isso tem gerado insatisfação entre os professores, que alegam não haver reajuste previsto para este ano.

O comando de greve defende que há espaço no orçamento para atender às demandas da categoria, especialmente após o desbloqueio de R$ 2,9 bilhões anunciado pelo governo. Para os grevistas, esse recurso deve ser direcionado para recompor as perdas salariais e investir nas instituições de ensino.

Outra preocupação dos professores é o sucateamento sofrido pelos institutos federais nos últimos anos. Eles defendem mais investimentos e a reconstrução das instituições para oferecer uma educação de qualidade. A categoria espera que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva possa se sensibilizar e ajudar a destravar as negociações.

Enquanto as negociações com os docentes avançam, as conversas com os técnicos-administrativos ainda estão em curso. A proposta do Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos prevê aumento médio de 28% no período de 2023 a 2026, com foco nas carreiras que recebem menos. A categoria apoia os professores e repudia o fim das negociações unilateralmente imposto pelo ministério.

O governo, por sua vez, destaca que os docentes terão um ganho acumulado de 28% a 43% ao longo de quatro anos. Além disso, todos os servidores receberão um auxílio-alimentação de R$ 1 mil neste ano. O impasse entre as entidades representativas dos servidores da educação e o governo continua, enquanto os profissionais seguem em greve em busca de melhores condições de trabalho e valorização de suas carreiras.

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