Recentemente, uma reportagem publicada no The New York Times trouxe à tona que 85% dos filamentos do implante se soltaram do cérebro de Arbaugh, deixando apenas 15% dos conectores funcionando corretamente. A expectativa da equipe da Neuralink era que o cérebro do paciente formasse um tecido cicatricial ao redor dos fios para mantê-los no lugar, porém esse cenário não se concretizou.
Diante desse contratempo, a Neuralink realizou ajustes no sistema do chip para utilizar os poucos sinais captados do cérebro de Arbaugh e traduzi-los em comandos digitais. Apesar de ter perdido a capacidade de “clicar” com o cursor do mouse, a empresa improvisou uma solução que permitiu a Arbaugh controlar um cursor no computador e jogar videogames por horas apenas com a força do pensamento.
A neurofisiologista Cristin Welle, da Universidade do Colorado, expressou preocupação com o caso, destacando que a Neuralink ainda enfrenta obstáculos significativos no desenvolvimento de um dispositivo durável e eficaz. Segundo Welle, a incapacidade do implante flexível em se manter no lugar pode representar um desafio para a empresa no longo prazo.
A reportagem também revelou detalhes sobre a vida de Arbaugh, um jovem tetraplégico que perdeu os movimentos abaixo do pescoço após um acidente no qual bateu a cabeça ao mergulhar em um lago na Pensilvânia. Após vários anos testando dispositivos para pessoas com paralisia, Arbaugh se inscreveu para os testes da Neuralink em 2023, motivado pelo potencial de progresso e inovação atribuído a Elon Musk.
Desde a cirurgia de implantação do dispositivo em seu cérebro, Arbaugh passou por treinamentos intensivos e desafiadores. Em seu primeiro dia utilizando o computador sozinho, ele bateu um recorde mundial de controle de precisão e velocidade do cursor, demonstrando os avanços proporcionados pela tecnologia da Neuralink. Apesar das dificuldades enfrentadas, Arbaugh tem a opção de deixar o estudo após um ano, mas expressa o desejo de continuar colaborando com a empresa no futuro.
