Com o intuito de abordar essa questão de maneira mais ampla e eficaz, a revista científica The Lancet lançou quatro novos estudos sobre o tema. Um desses estudos indicou que cerca de 750 mil mortes poderiam ser evitadas em países de média e baixa renda com a implementação de medidas simples e já existentes de prevenção de infecções. Dentre essas medidas estão a higienização das mãos, a limpeza e esterilização frequente de equipamentos em ambientes de saúde, a disponibilidade de água potável, o saneamento eficaz e a ampliação da vacinação pediátrica.
Joseph Lewnard, professor da Universidade da Califórnia em Berkeley, destacou a importância dessas ações na prevenção de infecções e no combate à RAM. Ele ressaltou que a prevenção de infecções reduz o uso desnecessário de antibióticos e contribui para que esses medicamentos sejam eficazes quando realmente necessários.
Os estudos evidenciaram que melhorar a prevenção e controle de infecções em instituições de saúde poderia salvar até 337 mil vidas por ano. Além disso, o acesso universal à água potável e ao saneamento adequado poderia prevenir outras 247,8 mil mortes. A ampliação da vacinação, incluindo doses contra pneumonia e meningite, também se mostra fundamental na redução do número de mortes relacionadas à RAM.
Os pesquisadores envolvidos nos estudos ressaltaram a importância de focar em ações de saúde pública para prevenir infecções, visando combater a resistência antimicrobiana e salvar vidas. A implementação dessas medidas poderia resultar em uma redução significativa das fatalidades relacionadas a infecções até 2030, principalmente em países de baixa e média renda.