Três dirigentes sírios condenados à prisão perpétua na França por crimes de guerra e contra a humanidade

A justiça francesa proferiu uma sentença histórica nesta sexta-feira, condenando à prisão perpétua três altos dirigentes do regime sírio de Bashar al-Assad. Ali Mamluk, ex-chefe do Escritório de Segurança Nacional, Jamil Hasan, ex-diretor do Serviço de Inteligência da Força Aérea, e Abdel Salam Mahmud, chefe da área de investigação desses serviços, foram considerados culpados de cumplicidade em crimes contra a humanidade e de guerra.

O veredito foi recebido com aplausos de pé pela audiência presente no tribunal. A advogada Clémence Bectarte, representando as partes civis, comemorou o resultado, enfatizando que este foi o primeiro processo em que autoridades tão importantes do regime sírio foram julgadas e condenadas por crimes contra a humanidade. Ela ressaltou que milhões de sírios continuam aguardando por justiça.

Essa condenação representa um marco importante na busca por responsabilizar os envolvidos nas atrocidades cometidas pelo regime sírio. Casos anteriores na Europa, como na Alemanha, envolviam acusados de menor escalão e que estavam presentes nas audiências. No entanto, os três dirigentes condenados na França não compareceram ao julgamento, sendo julgados à revelia e sem a defesa de um advogado.

Os réus foram considerados culpados pela participação no desaparecimento e morte de Mazzen Dabbagh e seu filho Patrick, cidadãos franco-sírios residentes em Damasco. Ambos foram detidos por oficiais que afirmaram trabalhar para os serviços de inteligência da Força Aérea Síria. Segundo relatos, foram levados a um centro de tortura, onde permaneceram até serem declarados mortos anos depois.

A sentença proferida pela justiça francesa representa um avanço significativo na busca por justiça e responsabilização pelos crimes cometidos na Síria. Este processo histórico envolvendo altos dirigentes do regime sírio é um passo importante no caminho para garantir que os responsáveis pelas atrocidades sejam levados à justiça.

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