De acordo com a OMS, a indústria do tabaco tem se empenhado em atrair um público mais jovem, burlando as regulamentações existentes. Uma das estratégias adotadas pelas empresas é a rápida introdução de novos produtos que contornam as leis vigentes. Os cigarros eletrônicos são um exemplo disso, sendo apresentados como uma alternativa “mais segura” ao cigarro tradicional.
A OMS destaca que a nicotina presente nesses produtos é altamente viciante e prejudicial, especialmente para crianças e jovens. Além disso, a indústria do tabaco tem adotado estratégias para atrair os jovens, como a utilização de sabores atrativos e embalagens coloridas.
O diretor do Departamento de Promoção da Saúde da OMS, Ruediger Krech, ressaltou que a indústria tem se aproximado dos jovens por meio de patrocínios em eventos, festivais de música e esportes, bem como adotando estratégias específicas nas redes sociais para se conectar com esse público.
Diante desse cenário, a OMS está pressionando os governos para que adotem medidas mais rígidas de proteção aos jovens, como a proibição de produtos de tabaco em ambientes públicos, restrições ao marketing desses produtos e a conscientização sobre as práticas enganosas da indústria.
Segundo Jorge Alday, diretor do programa STOP da Vital Strategies, os jovens viciados representam uma fonte de lucro vitalícia para a indústria do tabaco, que está tentando tornar o tabagismo mais barato e acessível aos jovens. Se as autoridades não agirem, as gerações futuras podem enfrentar uma nova onda de danos à saúde devido ao uso generalizado de produtos de tabaco e nicotina, incluindo os cigarros eletrônicos.