Especialistas alertam para o impacto da desinformação e da inteligência artificial na democracia global: o desafio da educação midiática.

O Fórum Econômico Mundial alertou, em janeiro deste ano, que a desinformação e os conteúdos alterados por inteligência artificial representam o segundo maior risco global, ficando atrás apenas do clima extremo. Essa constatação levanta preocupações sobre como a disseminação de informações falsas pode minar a democracia. Para combater esse fenômeno, especialistas enfatizam a importância da educação midiática para capacitar a população a identificar notícias falsas.

Nesse contexto, o Encontro Internacional de Educação Midiática, realizado no Rio de Janeiro com foco nos Direitos Humanos, Meio Ambiente e Democracia na Era da Inteligência Artificial, reuniu gestores públicos, representantes de organizações sociais, jornalistas e educadores. A coordenadora da área de Educação da Unesco no Brasil, Rebeca Otero, ressaltou que a educação midiática é essencial para a defesa da democracia e o combate à desinformação.

Adeline Hulin, da Unesco, alertou sobre os riscos da inteligência artificial generativa, exemplificando como o Chat GPT pode produzir informações tendenciosas. Ela destacou a importância do pensamento crítico diante desse cenário. A Unesco defende a educação midiática como uma solução, porém ressalta que é necessário um esforço conjunto com as plataformas digitais para promover responsabilidade e transparência.

No Brasil, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) aborda a importância da educação midiática, apesar do termo em si não ser explicitamente mencionado. Porém, desafios como a alfabetização de crianças ainda são um obstáculo para desenvolver essa competência. O secretário de Educação do Pará, Rossieli Soares, enfatizou a necessidade de uma educação de qualidade, capaz de formar cidadãos críticos.

O governo federal também tem tomado medidas para promover a educação midiática, como a criação da Secretaria de Políticas Digitais e a Estratégia Brasileira de Educação Midiática. Essas iniciativas visam formar profissionais da educação e da saúde nesse campo. O papel das escolas e das plataformas digitais na educação midiática é fundamental para enfrentar os desafios colocados pela disseminação de informações distorcidas e prejudiciais.

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