As críticas ganharam força depois do anúncio feito pela administração Joe Biden, dos Estados Unidos, de voltar a cobrar tarifas sobre centenas de bens importados da China. Essa escalada na retórica pode ser apenas o prenúncio de novas tensões caso Donald Trump retorne à Casa Branca nas próximas eleições dos EUA. Washington tem sido um dos principais protagonistas na pressão contra a China, embora haja queixas também por parte de países como Alemanha, França e União Europeia.
O comunicado conjunto do G-7 sinaliza a possibilidade de medidas retaliatórias por parte do grupo como um todo, visando garantir condições de concorrência equitativas. A China, por sua vez, já indicou a possibilidade de impor tarifas sobre carros importados com grandes motores, o que poderia ser mais um episódio na disputa comercial em curso.
A reunião do G-7 também abordou a necessidade de tornar as cadeias de suprimentos mais resilientes, confiáveis e diversificadas, além de promover um diálogo com países terceiros sobre questões relacionadas a políticas industriais e comerciais. Apesar de ainda não haver um consenso dentro do grupo sobre até onde elevar a temperatura na esfera do comércio global, as discussões indicam um movimento em direção a uma postura mais assertiva em relação à China.
Para alguns participantes, como o ministro das Finanças da Itália, Giancarlo Giorgetti, é fundamental refletir sobre a imposição de tarifas como uma questão objetiva, não apenas como uma escolha política. A expectativa é de que, no médio prazo, o G-7 tome medidas mais concretas para lidar com o comportamento problemático da China no comércio global. A análise aprofundada sobre a ameaça chinesa está no radar do grupo, que pretende avaliar o impacto macroeconômico das políticas comerciais adotadas pelo país asiático e promover a diversificação do fornecimento em nível global.
Dessa forma, o panorama para as relações comerciais entre G-7 e China apresenta-se desafiador, com possíveis desdobramentos no curto e médio prazo. A atuação conjunta desses países em resposta às práticas nocivas da China poderá redefinir o cenário econômico global nos próximos anos, com potencial impacto nas cadeias de suprimentos e no comércio internacional. Vale ressaltar que ainda há divergências dentro do G-7 em relação à melhor estratégia a adotar nesse contexto, mas a preocupação com os efeitos negativos do comportamento da China no comércio mundial parece ser um ponto de convergência entre essas economias desenvolvidas.