A Justiça decretou a prisão temporária do investigado por 30 dias, período em que a polícia continuará as investigações sobre as circunstâncias da morte de Hariel. O crime ocorreu a apenas 300 metros da casa da vítima, na aldeia Kakupli, onde ele residia com a mãe e o padrasto, líder do povo Xokleng. A casa já havia sido alvejada por tiros no dia 4 de abril, o que também está sendo investigado pela PF.
A Terra Indígena Ibirama La Klaño, onde fica a aldeia, abriga indígenas das etnias Xokleng, Guarani e Kaingang, à qual Hariel pertencia. A região tem sido palco de tensões devido a disputas territoriais, especialmente após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que considerou inconstitucional a tese do marco temporal para demarcação de terras indígenas.
O Congresso Nacional aprovou um projeto de lei validando o marco temporal, intensificando os episódios de violência na região de acordo com relatos do Conselho Indigenista Missionário (Cimi). Ainda há ações no STF sobre o tema, com o ministro Gilmar Mendes determinando a realização de conciliação nas questões que envolvem a validade do marco temporal.
O caso do indígena Xokleng assassinado em Santa Catarina representa não apenas uma tragédia individual, mas também reflete desafios mais amplos enfrentados pelas comunidades indígenas em todo o país. A luta pela garantia dos direitos territoriais e pela proteção da vida dos povos originários continua sendo uma questão urgente que requer atenção e ação por parte das autoridades e da sociedade em geral.
