As guitarras ressoavam e a bateria pulsava, enquanto Nora soltava um grito animalesco sobre o microfone, cativando a audiência no The Warehouse, um espaço de música ao vivo em Riade. Vestidas com jaquetas de couro e camisetas pretas, dezenas de jovens dançavam ao som da Seera, celebrando a liberdade de expressão que está lentamente se abrindo na Arábia Saudita.
Mas o caminho até esse momento de inclusão não foi fácil. A banda teve que enfrentar a desconfiança e o receio do público, mas, para sua surpresa, foram recebidas de braços abertos. Meesh, baixista da banda, ressaltou a importância da autoexpressão e como as pessoas estavam receptivas à mensagem da Seera.
O nome “Seera” em árabe pode ser traduzido como “vida” ou “biografia”, refletindo a proposta da banda de abraçar múltiplos significados em suas composições. A baterista, Thing, usa um véu vermelho sobre o rosto, com bordados tradicionais, como uma forma de unir o tradicional com o moderno.
A Arábia Saudita vem passando por mudanças significativas nos últimos anos, incluindo o direito das mulheres de dirigir e a abertura de cinemas e espaços de entretenimento para o público feminino. A Seera representa um passo adiante nesse movimento de inclusão e liberdade artística no país.
Com planos de lançar seu álbum de estreia ainda este ano e realizar seu primeiro show internacional em Dubai, a Seera espera inspirar a geração mais jovem a se expressar e desafiar as normas sociais estabelecidas. Nora expressou seu desejo de ser uma inspiração e encorajou a todos a se expressarem de forma autêntica, desde que não prejudiquem ninguém.