De acordo com os relatos de Lessa, Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Rio, teria revelado a ele que a escolha de Marielle como alvo do crime se deu pelo fato de ela orientar as pessoas a não aderirem aos novos loteamentos das milícias, o que ameaçava os interesses dos irmãos Brazão. Em troca de participar do assassinato, Lessa receberia dois lucrativos loteamentos em Jacarepaguá, que renderiam mais de 20 milhões de dólares em lucro.
Outro ponto de destaque na delação de Lessa foi a menção de que os mandantes planejavam criar uma nova milícia na Zona Oeste da cidade, visando à exploração ilegal da área. Os lucros seriam obtidos por meio de atividades como sinal clandestino de internet e televisão, gás residencial e serviços de transporte. Segundo Lessa, a vereadora Marielle Franco se tornou alvo por convocar reuniões com lideranças comunitárias para evitar adesões aos novos loteamentos da milícia.
Além disso, a delação revelou detalhes sobre a atuação de um topógrafo chamado Anderson Pereira Belém, que realizava serviços para grupos de milicianos, auxiliando na ocupação ilegal de terras. Também foram citados outros personagens envolvidos, como um despachante conhecido como Geleia, responsável pela regularização das áreas invadidas por milicianos.
Portanto, a delação de Ronnie Lessa trouxe à tona informações cruciais sobre o caso Marielle Franco, apontando para uma trama complexa e motivada por interesses financeiros e políticos. A revelação desses detalhes pode representar um avanço significativo nas investigações e no esclarecimento do brutal assassinato da vereadora.
