Desafios na avaliação e diagnóstico do TDAH em adultos: falta de diretrizes claras deixa profissionais e pacientes em situação difícil

A preocupação com o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) afeta adultos em todo o mundo, e Katie Marsh, uma jovem de 30 anos residente em Portland, Oregon (EUA), é um exemplo disso. Antes de abandonar a faculdade, Marsh começou a notar sintomas que a incomodavam profundamente. Segundo ela, o “tédio era como uma sensação de queimação dentro de mim”, o que a levava a ter dificuldade em se concentrar nas aulas e a sentir uma energia reprimida em seu corpo. Após uma avaliação inconclusiva de TDAH, ela decidiu abandonar os estudos e só quatro anos depois foi corretamente diagnosticada por um especialista no assunto.

O TDAH é um dos transtornos psiquiátricos mais comuns em adultos, porém a falta de diretrizes claras para diagnosticar e tratar pacientes após a infância pode dificultar a vida de indivíduos como Marsh. Alguns profissionais de saúde, bem-intencionados, acabam “inventando à medida que avançam”, segundo aponta o médico David W. Goodman. Essa falta de clareza deixa tanto os profissionais de saúde quanto os pacientes em uma situação delicada.

O diagnóstico correto de TDAH em adultos muitas vezes enfrenta desafios, especialmente com a ausência de sintomas significativos na infância em alguns casos. Mulheres como Judy Sandler, diagnosticada aos 50 anos, enfrentam um processo complicado para identificar a condição ao longo dos anos, especialmente quando os sintomas se tornam mais evidentes na vida adulta em detrimento da infância.

A colaboração entre especialistas em TDAH visa desenvolver diretrizes nos EUA para diagnosticar e tratar adultos com o transtorno. Essas novas diretrizes buscam criar um processo mais uniforme e completo para o diagnóstico do TDAH em adultos, refletindo uma necessidade urgente de orientação no campo da saúde mental. A iniciativa visa evitar a prescrição desnecessária de medicamentos e garantir um tratamento eficaz para aqueles que realmente precisam.

Em última análise, o desafio de diagnosticar o TDAH em adultos exige uma abordagem multifacetada, incluindo entrevistas detalhadas, histórico médico e de desenvolvimento, questionários de sintomas e interações com pessoas próximas ao paciente. A falta de clareza na definição dos sintomas e a presença de condições coexistentes complicam ainda mais o processo, exigindo uma abordagem cuidadosa e precisa por parte dos profissionais de saúde.

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