De acordo com a pesquisa, as escolas que se destacaram na Obmep foram aquelas em que pelo menos 65% dos estudantes classificados participaram da segunda fase da competição. Nessas instituições, o aprendizado em matemática beneficiou não apenas os alunos que se destacam na disciplina, mas toda a turma. O pesquisador e diretor executivo do Iede, Ernesto Faria, ressaltou que a mobilização gerada pela Olimpíada de Matemática tem um impacto maior em todos os estudantes.
Por outro lado, foi observado que em escolas onde os alunos conquistaram prêmios na Obmep, mas não houve alta participação, houve uma maior desigualdade interna. Nestes casos, apesar do aumento das médias no Enem, houve uma maior discrepância entre as notas dos alunos. Ernesto Faria alertou que se a Olimpíada de Matemática não gera um efeito mobilizador na escola, ela pode acabar beneficiando apenas um grupo específico de alunos, perdendo assim o potencial de contribuir para a melhoria dos estudantes com desempenho mais baixo.
A pesquisa também avaliou o desempenho no Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), que produz indicadores educacionais em diferentes níveis governamentais. As escolas com alunos premiados na Obmep registraram médias mais altas no Saeb em comparação com aquelas que não participaram ou não tiveram premiados.
O envolvimento na Obmep também foi apontado como um fator que favorece o acesso ao ensino superior. Escolas com altas taxas de participação e alunos premiados apresentaram maiores percentuais de estudantes com médias no Enem compatíveis com as exigências para admissão em faculdades públicas e privadas.
Portanto, a pesquisa evidenciou que a participação dos alunos na Olimpíada de Matemática tem um impacto positivo no desempenho escolar, na aprovação dos estudantes e no acesso ao ensino superior, destacando a importância desse programa como política pública para promover o ensino da matemática no país. Fim da citação.