Esses dados apontam para a existência de desigualdades estruturais profundas no país, que colocam a população negra em maior vulnerabilidade à violência. Segundo Rony Coelho, pesquisador do instituto, a violência letal afeta de forma mais intensa os negros, além de reforçar a existência de uma violência generalizada que resulta em mais internações do que a população branca.
O estudo também destacou a situação das mulheres, mostrando um quadro semelhante de disparidade racial. Em 2022, foram registradas 629 mortes de mulheres negras, em contraste com 207 mortes de mulheres brancas. As mulheres negras enfrentam um cenário de vulnerabilidade ainda maior, sendo três vezes mais propensas a serem vítimas de violência em comparação com as mulheres brancas.
Além disso, a pesquisa ressaltou que os jovens negros, especialmente na faixa etária de 18 a 24 anos, são os mais atingidos pela violência armada. A discrepância racial se faz presente em diversas faixas etárias, diminuindo apenas a partir dos 45 anos.
Diante desses números preocupantes, os pesquisadores defendem que a redução da violência entre negros e brancos depende de medidas que promovam um acesso igualitário à educação, saúde, justiça social e segurança pública. A busca por políticas públicas mais eficazes e inclusivas torna-se essencial para combater as desigualdades e garantir a segurança e o bem-estar de toda a população.