França suspende estado de emergência na Nova Caledônia, mas mantém toque de recolher e envia reforços após distúrbios e mortes.

Após duas semanas de conflitos que resultaram em sete mortos, a França suspendeu o estado de emergência na Nova Caledônia, seu território no Pacífico. Entretanto, o toque de recolher foi mantido e centenas de membros da Gendarmeria móvel foram enviados para garantir a segurança na região.

A decisão de aliviar as restrições foi tomada para permitir a realização de reuniões do partido independentista FLNKS e abrir espaço para que representantes locais negociem a retirada das barricadas que bloqueiam as estradas. O estado de emergência foi imposto quando distúrbios eclodiram contra os planos franceses de reformar os direitos eleitorais na Nova Caledônia.

Mesmo com a suspensão do estado de emergência, o toque de recolher das 18h às 6h permanecerá em vigor, de acordo com as autoridades francesas no território. A capital Nouméa ainda registra alguns incidentes, especialmente no distrito de Vallee-du-Tir, mas o arquipélago está mais calmo em comparação com o início dos distúrbios.

Durante as últimas semanas, quase 500 pessoas foram detidas e o trânsito foi impactado pelos bloqueios e veículos incendiados, levando ao fechamento do aeroporto principal de Nouméa até 2 de junho. A França espera que o fim dos bloqueios de estradas proporcione a abertura de negociações mais concretas sobre a situação na Nova Caledônia.

O arquipélago tem sido palco de tensões devido à reivindicação de mais autonomia ou independência por parte de integrantes do povo indígena kanak. A proposta francesa de conceder direito a voto para moradores não indígenas tem sido motivo de controvérsia, com os kanak alegando que isso diluirá sua representatividade eleitoral.

Diante do impasse, o presidente Emmanuel Macron se mostrou disposto a submeter a polêmica reforma a um referendo no arquipélago. A situação na Nova Caledônia permanece sob escrutínio, enquanto as autoridades e os grupos locais buscam uma solução que equilibre os interesses de todas as partes envolvidas.

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