Irmãos Brazão colocaram Marielle Franco como “pedra no caminho” dos milicianos, revela ex-PM Ronnie Lessa em delação homologada pelo STF.

No último domingo, o programa Fantástico, da TV Globo, exibiu trechos da delação do ex-policial militar Ronnie Lessa, onde ele confessou ser o assassino da vereadora Marielle Franco e apontou os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão como mandantes do crime. Lessa afirmou que os Brazão colocaram Marielle como uma “pedra no caminho” à expansão dos negócios dos milicianos.

Segundo Lessa, a vereadora teria convocado reuniões com lideranças comunitárias para discutir a questão da regularização de um condomínio na região de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, o que iria atrapalhar os interesses da milícia. Os irmãos Brazão teriam visto Marielle como um obstáculo e decidiram eliminá-la.

Lessa ainda revelou que os irmãos Brazão buscavam a regularização do condomínio para especulação imobiliária, visando um lucro estimado em R$ 100 milhões. Ele afirmou que seria um dos donos do empreendimento, que envolveria atividades ilegais como exploração de gatonet, venda de gás e kombis, além de garantir votos através da manutenção da milícia.

O ex-policial militar também mencionou que teve três reuniões com Chiquinho e Domingos Brazão para planejar o assassinato de Marielle Franco, entretanto, a Polícia Federal não conseguiu confirmar esses encontros que teriam ocorrido em 2018.

Chiquinho Brazão é deputado federal pelo Rio de Janeiro, enquanto Domingos Brazão é conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro. Ambos foram presos em março deste ano no âmbito da Operação Murder Inc, da Polícia Federal, e agora enfrentam denúncias por homicídio e organização criminosa.

Além dos Brazão, outros acusados foram denunciados, como Rivaldo Barbosa, delegado de Polícia Civil, Ronald Paulo de Alves Pereira, policial militar, e Robson Calixto da Fonseca. O procurador-geral pediu que a Justiça defina um valor de indenização para os familiares de Marielle Franco e Anderson Gomes.

Através da delação de Ronnie Lessa, surgem novas informações sobre o trágico assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes, revelando conexões perigosas entre a política, a milícia e os interesses imobiliários no Rio de Janeiro. A investigação promete trazer mais revelações sobre esse crime que chocou o país.

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