A pobreza menstrual persiste no Brasil, alerta o Unicef em enquete sobre desafios no acesso à higiene menstrual.

Uma pesquisa realizada pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) revelou que o acesso digno, seguro e com itens de higiene adequados à menstruação ainda é um desafio para adolescentes e jovens, incluindo meninas, mulheres, homens e meninos trans e pessoas não binárias que menstruam. O estudo, feito por meio da plataforma U-Report em parceria com a Viração Educomunicação, contou com a participação de 2,2 mil pessoas e apontou que 19% dos entrevistados já enfrentaram dificuldades por não ter dinheiro para comprar absorventes, enquanto 37% tiveram problemas de acesso a itens de higiene em ambientes públicos e escolares.

No Dia Internacional da Dignidade Menstrual, celebrado em 28 de maio, o Unicef ressaltou que a pobreza menstrual persiste no Brasil, afetando negativamente aqueles que menstruam devido ao acesso limitado a informações, produtos de higiene, serviços, água e saneamento básico. A oficial de participação do Unicef no Brasil, Gabriela Monteiro, destacou a importância de garantir o direito à saúde e higiene menstrual, ressaltando que a falta desses direitos contribui para a iniquidade de gênero e outras violações de direitos.

A pesquisa mostrou que a menstruação pode impactar significativamente a vida escolar e profissional das pessoas, sendo que grande parte delas já deixou de ir à escola ou ao trabalho por esse motivo. A questão ainda é permeada por tabus e desinformação, visto que a maioria dos entrevistados já se sentiu constrangida em locais públicos por menstruar e poucos tiveram acesso a educação menstrual.

Diante disso, o Unicef promove iniciativas para garantir o acesso à água, saneamento, higiene e assistência técnica em situações de emergência, como as recentes inundações no Rio Grande do Sul. A distribuição de kits de higiene, incluindo itens para a dignidade menstrual, é uma das ações realizadas pelo Unicef em parceria com o governo e a sociedade civil para apoiar pessoas afetadas por desastres naturais.

Por fim, a enquete realizada pelo U-Report e seus resultados reforçam a importância de políticas públicas voltadas para a promoção da dignidade menstrual, educação menstrual nas escolas e a desconstrução de estigmas relacionados à menstruação.

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