Cientistas identificam 12 casos raros de Alzheimer assintomático: entenda a resiliência intrigante do cérebro contra a doença.

Um estudo realizado por cientistas holandeses revelou uma descoberta surpreendente: a identificação de 12 casos raros de Alzheimer assintomático. Esses casos intrigam os pesquisadores, pois os indivíduos analisados possuíam biomarcadores da doença no cérebro, mas não apresentavam sinais clínicos, como declínio cognitivo ou perda de memória.

A doença de Alzheimer é responsável por 60% a 70% de todos os casos de demência no mundo, afetando mais de 55 milhões de pessoas e com projeção de atingir 139 milhões até 2050, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Esta condição está associada ao acúmulo de proteínas beta-amiloide e tau no cérebro, formando placas ao redor dos neurônios e causando neurodegeneração.

Os cientistas holandeses, em um estudo publicado no periódico Acta Neuropathol Commun, analisaram amostras de tecido cerebral de mais de 5 mil doadores do Banco de Cérebros da Holanda. Eles identificaram mudanças biológicas nos pacientes resilientes, que parecem protegê-los dos sintomas da doença.

Luuk de Vries, pesquisador de doutorado do Instituto de Neurociência da Holanda, explicou que os astrócitos no grupo resiliente produziam mais antioxidantes, atuando como uma espécie de escudo protetor para o cérebro. Além disso, a micróglia, células imunológicas do cérebro, apresentava uma via menos ativa nos pacientes resilientes, o que reduziria a inflamação.

Outro ponto destacado foi a resposta à proteína desdobrada nas células cerebrais, que foi mais eficiente nos indivíduos resilientes em comparação com pacientes com Alzheimer clássico. Também foi observado que as células cerebrais dos resilientes possuíam mais mitocôndrias, o que poderia resultar em uma melhor produção de energia.

Apesar dos resultados promissores, os cientistas enfatizam a necessidade de mais pesquisas para entender melhor os mecanismos por trás da resiliência ao Alzheimer. Estudos futuros envolvendo animais serão conduzidos para explorar possíveis intervenções terapêuticas.

O estilo de vida também pode desempenhar um papel importante na prevenção do Alzheimer, com a prática de exercícios, atividades cognitivas e interações sociais contribuindo para retardar o aparecimento da doença. A descoberta de uma base molecular para a resiliência pode abrir caminho para o desenvolvimento de novos medicamentos que ativem processos protetores nos pacientes com Alzheimer.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo