Distúrbios na Nova Caledônia agravam crise no setor do níquel, com mineradoras e metalúrgicas em ritmo lento no Pacífico.

A crise na Nova Caledônia agravou-se devido aos distúrbios que assolaram o território nos últimos dias. As mineradoras e metalúrgicas da região estão operando em ritmo reduzido devido aos protestos contra uma reforma do censo eleitoral que ocorreram desde 13 de maio.

Mesmo com a melhoria da segurança no local, graças à mobilização de 3.500 efetivos do governo francês, as atividades de mineração permanecem paralisadas. Este arquipélago detém até 30% das reservas mundiais de níquel, sendo o terceiro maior produtor mundial desse metal, atrás apenas da Indonésia e das Filipinas.

O níquel é um recurso essencial na fabricação de aço inoxidável, componentes eletrônicos, joias e baterias de veículos elétricos, tornando-se vital na transição para fontes de energia mais limpas. A suspensão do estado de emergência na Nova Caledônia não colocou fim aos problemas na indústria do níquel, que emprega entre 20% e 25% da força de trabalho local.

A Société Le Nickel (SLN), principal produtora da região, interrompeu suas atividades devido aos distúrbios, enquanto a Prony Resources, no sul, também paralisou suas operações após receber um empréstimo público. Já a Koniambo Nickel (KNS), no norte, está parada desde fevereiro, com a Glencore tentando vender sua participação.

Os conflitos afetaram as exportações locais, em um momento de concorrência acirrada com países como a Indonésia. A situação se agrava com a possibilidade de companhias marítimas acrescentarem prêmios de risco aos fretes, e a oscilação nos preços mundiais do níquel.

O ministro francês da Economia, Bruno Le Maire, tenta negociar um acordo para a indústria do níquel na Nova Caledônia, buscando uma saída sustentável para a crise. Os protestos que começaram devido à reforma eleitoral agora também englobam a questão do níquel, o que levanta dúvidas quanto ao futuro do setor na região.

Em meio a esse cenário conturbado, o presidente francês, Emmanuel Macron, pede um acordo entre independentistas e partidários da França até o final de junho, visando a resolução dos conflitos e a estabilização do setor do níquel na Nova Caledônia.

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