Mesmo com a melhoria da segurança no local, graças à mobilização de 3.500 efetivos do governo francês, as atividades de mineração permanecem paralisadas. Este arquipélago detém até 30% das reservas mundiais de níquel, sendo o terceiro maior produtor mundial desse metal, atrás apenas da Indonésia e das Filipinas.
O níquel é um recurso essencial na fabricação de aço inoxidável, componentes eletrônicos, joias e baterias de veículos elétricos, tornando-se vital na transição para fontes de energia mais limpas. A suspensão do estado de emergência na Nova Caledônia não colocou fim aos problemas na indústria do níquel, que emprega entre 20% e 25% da força de trabalho local.
A Société Le Nickel (SLN), principal produtora da região, interrompeu suas atividades devido aos distúrbios, enquanto a Prony Resources, no sul, também paralisou suas operações após receber um empréstimo público. Já a Koniambo Nickel (KNS), no norte, está parada desde fevereiro, com a Glencore tentando vender sua participação.
Os conflitos afetaram as exportações locais, em um momento de concorrência acirrada com países como a Indonésia. A situação se agrava com a possibilidade de companhias marítimas acrescentarem prêmios de risco aos fretes, e a oscilação nos preços mundiais do níquel.
O ministro francês da Economia, Bruno Le Maire, tenta negociar um acordo para a indústria do níquel na Nova Caledônia, buscando uma saída sustentável para a crise. Os protestos que começaram devido à reforma eleitoral agora também englobam a questão do níquel, o que levanta dúvidas quanto ao futuro do setor na região.
Em meio a esse cenário conturbado, o presidente francês, Emmanuel Macron, pede um acordo entre independentistas e partidários da França até o final de junho, visando a resolução dos conflitos e a estabilização do setor do níquel na Nova Caledônia.