Atualmente, aos 50 anos, al-Organi construiu um vasto império empresarial e estabeleceu laços próximos com as autoridades egípcias, incluindo o presidente Abdel Fattah al-Sisi e as Forças Armadas. Ele se tornou conhecido como o “Rei das Travessias” devido à sua influência sobre o movimento de pessoas e mercadorias que entram e saem da Faixa de Gaza desde o início da guerra na região.
Com o aumento do número de palestinos tentando escapar dos horrores do conflito em Gaza, a empresa de al-Organi, a Hala Tourism Services, tornou-se fundamental para o processo de saída do território. Antes da guerra, as opções para sair de Gaza eram limitadas, mas agora a empresa de al-Organi controla o registro dos palestinos na lista egípcia de viajantes aprovados para entrar no país e opera o transporte na fronteira de Rafah até a capital egípcia.
Apesar de oferecer um serviço essencial, a Hala aumentou suas taxas em mais de 1.900% desde o início da guerra em Gaza. Os preços que antes variavam entre US$ 250 a US$ 350 por pessoa agora chegam a US$ 5 mil a US$ 10 mil, e US$ 2,5 mil por criança. A empresa de al-Organi faturou em média US$ 2 milhões por dia em abril, totalizando cerca de US$ 58 milhões no mês.
Além de sua atuação nos negócios, al-Organi também tem um passado conturbado como líder de uma milícia no Sinai, que se tornou o principal aliado do Exército egípcio na luta contra grupos terroristas na região. Sua ascensão no cenário empresarial e político do Egito o tornou uma figura influente e controversa, com grande poder e capacidade de manobrar nos bastidores.
Dessa forma, Ibrahim al-Organi representa um exemplo de como uma trajetória marcada por confrontos e repressão pode se transformar em uma jornada de sucesso e influência nos negócios e na política. Sua história mostra que, mesmo diante de desafios extremos, é possível alcançar o poder e o reconhecimento em uma sociedade complexa e em constante transformação.