Ministério da Saúde inicia distribuição gratuita de absorventes no Dia Internacional da Dignidade Menstrual, beneficiando 24 milhões de pessoas.

No dia internacional da dignidade menstrual, celebrado nesta terça-feira (28), o Ministério da Saúde anunciou um grande avanço em relação ao acesso a absorventes higiênicos no Brasil. O Programa Dignidade Menstrual, lançado pelo governo federal em 2024, começou a distribuir gratuitamente absorventes através do Programa Farmácia Popular. Isso beneficiou cerca de 24 milhões de pessoas com idades entre 10 e 49 anos, que antes não tinham acesso a esse item essencial durante o ciclo menstrual.

De acordo com o Ministério da Saúde, até o dia 24 de maio, mais de 1,7 milhão de pessoas já haviam sido atendidas pelo programa, retirando seus absorventes em estabelecimentos credenciados. Essa ação visa combater a chamada pobreza menstrual, que afeta significativamente a vida das pessoas que menstruam.

Apesar do avanço, um estudo realizado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) apontou que a menstruação segura ainda é um desafio no Brasil. A médica ginecologista Daniela Angerame Yela também concordou com essa avaliação, destacando que, apesar dos esforços em implementar políticas públicas, ainda existem muitas dificuldades, especialmente entre a população mais carente.

Alunos da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) identificaram carências em termos de menstruação digna em populações ribeirinhas da Amazônia e em zonas de fronteira com muitos imigrantes. Essas pessoas enfrentam muita dificuldade em acessar absorventes higiênicos.

A presidente da Central Única das Favelas (Cufa) Brasil, Kalyne Lima, ressaltou a importância do Programa Dignidade Menstrual, mas apontou que ainda há mulheres em situação de vulnerabilidade que não conseguem ter acesso a esses benefícios. Por isso, a campanha de arrecadação e distribuição de absorventes da Cufa é uma iniciativa permanente para ajudar essas mulheres.

Na visão do presidente da Comissão de Ginecologia Endócrina da Febrasgo, José Maria Soares, a pobreza menstrual afeta principalmente adolescentes e mulheres de baixa renda, que muitas vezes são obrigadas a usar panos por não poderem comprar absorventes. Ele sugere a ida de agentes de saúde ou agentes sociais às escolas para cadastrar as estudantes nos programas do governo, visando ampliar o acesso a esses recursos de forma efetiva.

Em suma, a luta pela dignidade menstrual no Brasil continua, com esforços do governo e de organizações da sociedade civil para garantir que todas as mulheres tenham acesso a absorventes e possam viver esse período de forma digna e saudável. Essa é uma questão de saúde pública e direitos humanos que deve ser levada a sério por todos os setores da sociedade brasileira.

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