O interrogatório, que ocorreu de forma reservada e se estendeu por quase três horas no Ministério Público de Lima, foi marcado por intensa expectativa. Enquanto Boluarte se retirava do local na companhia de sua custódia policial, houve um intenso protesto do lado de fora do prédio do MP. Manifestantes antigovernamentais exibiam cartazes pedindo a prisão da presidente, acusando-a de ser uma “usurpadora”. Uma das manifestantes, Delfina Ramírez, expressou seu descontentamento em relação à presidente em entrevista à AFP.
A investigação preliminar em curso contra Boluarte aborda questões como abuso de autoridade e acobertamento pessoal. Durante o depoimento, a presidente respondeu a 50 perguntas formuladas por quatro procuradores. O advogado de Boluarte, Juan Carlos Portugal, ressaltou a postura colaborativa da sua cliente, apesar de considerar algumas perguntas dos promotores como capciosas e sugestivas.
Além disso, outro ex-ministro do Interior, Walter Ortiz, está sendo investigado pelo crime contra a administração da justiça. Ele teria ordenado a suspensão de uma equipe policial que colaborava com as operações anticorrupção. O governo justificou a medida alegando a existência de outra divisão policial capaz de desempenhar a mesma função.
Este não é o único caso em que Boluarte está envolvida, já que também está sendo investigada por suborno e até mesmo um suposto crime de homicídio. O cenário político no Peru é marcado por instabilidade, com seis presidentes ocupando o cargo em apenas oito anos. A denúncia apresentada ao Congresso contra Boluarte é o primeiro passo para um eventual pré-julgamento político.
Em suma, a presidente do Peru enfrenta um momento delicado em meio a acusações e investigações que podem impactar significativamente seu mandato e sua trajetória política. A população aguarda por desdobramentos significativos no caso que envolve Dina Boluarte, cujo desfecho poderá repercutir em todo o cenário político do país.
