A eclosão da guerra entre Israel e o movimento palestino Hamas na Faixa de Gaza reavivou os apelos ao reconhecimento de um Estado palestino. Vale ressaltar que a proclamação do Estado palestino foi feita por líderes no exílio há mais de 35 anos. Desde então, diversas nações ao redor do mundo têm aderido a essa política.
O anúncio dos reconhecimentos por parte de Espanha, Irlanda e Noruega representa uma ruptura com a política de grande parte do Ocidente, incluindo os Estados Unidos, Canadá, a maioria dos países da Europa Ocidental, Austrália, Japão e Coreia do Sul.
Essa decisão dos países europeus surge em um contexto de tensões crescentes na região do Oriente Médio, especialmente após o ataque do Hamas a território israelense em outubro. Washington, um aliado de Israel, já havia utilizado seu poder de veto no Conselho de Segurança da ONU em meados de abril, bloqueando uma resolução para que os palestinos se tornassem membros plenos das Nações Unidas.
A proclamação do Estado palestino remete a 1988, quando Yasser Arafat, líder palestino, anunciou unilateralmente a independência da Palestina, com Jerusalém como capital. Esse movimento foi seguido por diversos países, culminando com o reconhecimento de uma maioria esmagadora de nações ao redor do mundo.
Com a decisão recente de Espanha, Irlanda e Noruega, seguida do interesse de outros países europeus, o tabu em torno do reconhecimento do Estado palestino parece estar sendo quebrado. O mundo observa atentamente a evolução dessa situação geopolítica complexa e delicada.
