O estudo analisou se os municípios possuem medidas preventivas em seus Planos Diretores e Leis de Uso e Ocupação do Solo, além de verificar a existência de leis específicas para o combate às tragédias climáticas, planos de redução de riscos, mapas de áreas vulneráveis, programas habitacionais para a realocação de populações em locais de risco, e planos de contingência, entre outros dispositivos.
Os dados utilizados na pesquisa foram coletados na edição de 2020 da Pesquisa de Informações Básicas Municipais (Munic), coordenada pelo IBGE. Com base nessas informações, o ICS elaborou um mapa classificando os municípios de acordo com a quantidade de estratégias que possuem.
No Rio Grande do Sul, estado que sofreu com fortes chuvas e diversas cidades alagadas recentemente, a situação é especialmente preocupante. A pesquisa apontou que 304 das 497 cidades gaúchas têm menos de 20% das estratégias para prevenção de tragédias climáticas. A capital Porto Alegre foi destacada com 44% das estratégias mapeadas, enquanto apenas uma cidade, Itatiba do Sul, possui mais de 80% das estratégias.
Além disso, o ICS realizou uma pesquisa de percepção dos brasileiros em relação aos problemas ambientais de suas cidades e às ações que poderiam ser adotadas pelo poder público municipal para enfrentar os efeitos das mudanças climáticas. De acordo com os entrevistados, as prefeituras têm condições de contribuir no combate às mudanças climáticas, sendo o aumento e conservação de áreas verdes a principal medida citada.
As entrevistas também revelaram que, para a maioria dos brasileiros, o calor, a poluição do ar, a poluição dos rios e mares, e as enchentes são os maiores problemas ambientais de suas cidades. Os resultados da pesquisa foram segmentados por região, mostrando variações nas percepções dos entrevistados de acordo com a região em que vivem. Em resumo, a pesquisa apontou para a necessidade urgente de maior preparo dos municípios brasileiros para lidar com as crises climáticas que estão se tornando cada vez mais frequentes.
