Amas: Cientistas estudam há décadas área de Anomalia Magnética no Brasil, sem riscos aparentes para a saúde humana.

Um mistério que intriga cientistas há décadas é a chamada Anomalia Magnética do Atlântico Sul (Amas), uma região onde o magnetismo da Terra é mais fraco e que abrange o Sul e Sudeste do Brasil. Esse fenômeno, resultado do movimento do ferro no núcleo interno do planeta, desencadeia uma série de questionamentos e estudos por parte da comunidade científica.

O campo magnético da Terra desempenha um papel crucial como um verdadeiro escudo protetor contra as partículas cósmicas provenientes do espaço. No entanto, a presença da Amas afeta essa proteção, resultando em uma menor capacidade de filtragem da radiação solar e das partículas espaciais, que acabam sendo absorvidas pela atmosfera terrestre.

Embora o termo “anomalia” possa soar alarmante, especialistas tranquilizam a população ao explicar que se trata apenas de diferenças em intensidade e orientação do campo magnético em relação a outras regiões do planeta. A agência espacial americana (Nasa) vem monitorando de perto a evolução dessa anomalia na região do Oceano Atlântico Sul e sul da América do Sul, pois ela serve como um indicador das transformações internas do globo e do campo magnético terrestre.

Além disso, os cientistas estão atentos aos possíveis impactos da Amas em satélites que orbitam a Terra, bem como na propagação de ondas de rádio. Ainda que não represente riscos imediatos para a saúde humana, a interferência em equipamentos tecnológicos é uma preocupação constante para os especialistas.

A existência da Amas também tem sido alvo de desinformação, como a tentativa de associá-la às chuvas extremas que atingiram o Estado do Rio Grande do Sul em maio. No entanto, a empresa gaúcha de meteorologia MetSul esclareceu que não há fundamentos científicos para sustentar essa afirmação.

Estudos comprovam que a intensidade do campo magnético na região da Amas corresponde a cerca de um terço da intensidade nas proximidades dos polos magnéticos, e que nos últimos quatro anos a anomalia se aprofundou e aumentou em 7%. A Nasa destaca que essa falha está se expandindo e se dividindo, o que pode trazer desafios adicionais para as missões de satélites.

Diante desse cenário, o Brasil se destaca como um importante produtor de dados sobre o campo magnético, fornecendo informações valiosas para o estudo da Amas e colaborando com a comunidade científica global no entendimento desse fenômeno complexo. Assim, a ciência continua avançando e desvendando os segredos por trás da Anomalia Magnética do Atlântico Sul.

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