Antecipação suspeita do Circuito Literário de Pernambuco gera caos e indignação no Parque do Cordeiro, denuncia Comissão Parlamentar.

O Circuito Literário de Pernambuco (CLIPE) já está gerando polêmica antes mesmo de começar. Após a Comissão de Educação e Cultura (CEC) da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) solicitar ao Tribunal de Contas do Estado (TCE-PE) uma Auditoria Especial para investigar a contratação da Associação do Nordeste de Distribuidores e Editoras de Livros (ANDELIVROS) e destinar recursos públicos para o evento, o Governo do Estado decidiu antecipar a feira que aconteceria na Arena de Pernambuco.

A antecipação do evento, que começou hoje no Parque do Cordeiro e vai até o dia 03 de junho, despertou suspeitas de manobra. Segundo o deputado Waldemar Borges, presidente da Comissão de Educação e Cultura, a antecipação foi uma estratégia para evitar uma possível intervenção do TCE-PE, que só poderia se pronunciar após a resposta da Secretaria Estadual de Educação, prevista para o dia 30, data original do início do evento. Borges classificou a antecipação como uma “quase confissão de culpa”.

Além disso, o evento foi criticado por suas condições precárias. Com a antecipação de última hora, não houve tempo para a instalação de ar-condicionado, o que deixou expositores e visitantes sofrendo com o calor e enfrentando goteiras. A desorganização dos quiosques das editoras também contribuiu para um clima de caos no local. O deputado afirmou que a situação é uma vergonha e destacou que a feira está sendo realizada em condições inadequadas.

Durante a reunião da Comissão de Educação e Cultura, foram levantados indícios de irregularidades na contratação da ANDELIVROS por inexigibilidade e na exclusividade do uso do Bônus Livro no evento. O valor potencial de recursos públicos que poderá ser gasto na feira este ano é de cerca de R$ 35 milhões. O deputado denunciou que o Governo do Estado contratou a dona do evento para realizá-lo, o que configura, segundo ele, uma reserva de mercado absurda.

É importante ressaltar que a ANDELIVROS já havia sido envolvida em uma polêmica anterior em 2023, quando o Governo de Pernambuco fez um pedido de dispensa de licitação para a realização da Feira Nordestina do Livro, cancelada posteriormente após grande repercussão. O valor estimado para o serviço naquela ocasião era de R$ 52,5 milhões, um montante muito acima do investido em edições anteriores da feira.

Diante de todas essas informações e da situação precária do evento, fica evidente a necessidade de uma investigação detalhada para esclarecer os possíveis desdobramentos desse caso. A sociedade pernambucana aguarda por respostas e transparência por parte das autoridades envolvidas.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo