Maduro, que busca a reeleição, terá como adversário o diplomata Edmundo González Urrutia, em uma alternativa inesperada devido ao bloqueio de candidaturas opositoras. No entanto, faltando dois meses para as eleições, o cenário político continua instável.
O processo eleitoral foi criticado por especialistas, que apontam que foi desenhado em benefício de Maduro, possibilitando vantagens como a data da eleição coincidente com o aniversário de Hugo Chávez. Algumas personalidades políticas foram vetadas, como María Corina Machado, principal favorita nas pesquisas, mas impedida de concorrer.
O governo de Maduro tem utilizado toda a máquina do Estado a seu favor, reforçando sua presença nos meios de comunicação públicos e intensificando gastos em programas sociais como forma de controle social. O mandatário possui uma popularidade de cerca de 30%, segundo pesquisas.
A recente decisão do Conselho Nacional Eleitoral de retirar o convite à UE para a observação das eleições gerou controvérsias e críticas, inclusive da própria UE. Outros observadores internacionais foram convidados, mas a ausência da União Europeia é vista como deslegitimadora do processo eleitoral.
A candidatura de González Urrutia, apoiada pela Plataforma Unitária, foi uma resposta à indisponibilidade de outros candidatos da oposição. A mensagem de união tem sido destacada pela oposição como forma de enfrentar pressões e ameaças do governo. Enquanto isso, a presença de doppelgängers no pleito é vista como uma estratégia para dividir o voto da oposição.
Diante de um cenário incerto e cheio de adversidades, a eleição presidencial na Venezuela promete ser um dos momentos políticos mais desafiadores do país nos últimos anos.