Plano de execução de Marielle Franco estava deixando irmãos Brazão impacientes, afirma delator em depoimento à Polícia Federal

Em recente acordo de delação premiada, o assassino confesso da vereadora Marielle Franco, Ronnie Lessa, detalhou o plano para executar a parlamentar e revelou que a demora em implementar o plano estava causando impaciência nos irmãos Brazão. Segundo Lessa, uma das principais barreiras era a exigência do então delegado titular da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), Rivaldo Barbosa, que queria afastar a execução da vereadora da Cinelândia, evitando associações políticas ao crime.

Em seu depoimento, Lessa também descreveu as dificuldades encontradas para monitorar a rotina de Marielle, especialmente devido à localização do prédio onde ela residia. Ele mencionou a presença constante de policiais na região e destacou a complexidade de realizar vigilância na área. Além disso, ele apontou o ex-policial Edmilson Oliveira da Silva, conhecido como Macalé, como um intermediário no fornecimento de informações e equipamentos para o crime.

Macalé teria entregue a Ronnie Lessa a arma e o carro usados no assassinato, bem como o endereço da casa da vereadora. No entanto, em algumas ocasiões, o plano não foi colocado em prática devido a circunstâncias adversas, como o fato de Macalé estar trabalhando.

A Polícia Federal, que conduziu as investigações, sugere que Macalé atuava como um “corretor da morte”, intermediando as negociações entre mandantes e executores de crimes. Sua morte é considerada uma queima de arquivo, de acordo com relatórios policiais.

Além disso, Lessa afirmou que os irmãos Brazão teriam oferecido um loteamento clandestino como pagamento pelo assassinato de Marielle, mas a transação não se concretizou. Em resposta, os advogados de Chiquinho Brazão e Domingos Brazão negaram qualquer proximidade entre os políticos e o ex-policial militar.

Esta revelação traz à tona novos desdobramentos no caso que chocou a sociedade brasileira, reforçando a complexidade e a extensão das relações obscuras que envolvem o assassinato de Marielle Franco. O depoimento de Ronnie Lessa e as conexões apontadas com figuras políticas importantes ressaltam a necessidade de um aprofundamento nas investigações para garantir a verdade e a justiça.

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