Relatório da OIT prevê ligeira queda no desemprego global em 2024, mas alerta para desigualdades de gênero persistentes.

Segundo relatório divulgado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) nesta quarta-feira (29), o ano de 2024 apresentará uma ligeira queda no desemprego global. A taxa de desemprego mundial neste ano está prevista para atingir 4,9%, em comparação aos 5% registrados em 2023. No entanto, apesar dessa diminuição, o progresso é considerado lento e a desigualdade de gênero nos mercados de trabalho ainda persiste como uma preocupação.

O relatório intitulado “Emprego Mundial e Perspectivas Sociais: Atualizações de Maio de 2024” aponta que, apesar da previsão de queda no desemprego este ano, a estabilidade é esperada para 2025, com a taxa de desemprego permanecendo em 4,9%. A OIT destaca que o ritmo do progresso desde 2015 tem sido decepcionante, colocando em dúvida a possibilidade de alcançar os compromissos da Agenda 2030, estabelecidos na Cúpula das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável.

A Agenda 2030 contempla 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), sendo o oitavo deles a garantia de “emprego pleno e produtivo e trabalho decente para todas e todos”. O relatório aponta que o número de trabalhadores em emprego informal vem aumentando, passando de 1,7 bilhões em 2005 para 2,03 bilhões em 2024. No entanto, o progresso na redução da pobreza e informalidade tem sido mais lento do que o esperado.

A OIT destaca que 183 milhões de pessoas estão desempregadas e que a desigualdade de emprego afeta desproporcionalmente as mulheres, especialmente em países de baixos rendimentos. A responsabilidade familiar é apontada como um dos fatores que contribuem para essa disparidade, com as mulheres sendo mais afetadas do que os homens tanto na busca por emprego quanto na remuneração.

No contexto brasileiro, a taxa de desemprego registrada no trimestre encerrado em abril ficou em 7,5%, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar de estar acima da taxa global projetada pela OIT para 2024, esse é o menor índice registrado no Brasil para o mesmo período desde 2014.

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