ANC lidera eleições legislativas na África do Sul, mas pode perder maioria absoluta após 30 anos do fim do apartheid.

Nas eleições legislativas sul-africanas, o partido governante Congresso Nacional Africano (ANC) caminha para uma vitória, porém perderia a maioria absoluta que detém há 30 anos, desde o fim do apartheid. Com 35% dos votos apurados até as 18h GMT, o ANC, liderado pelo presidente Cyril Ramaphosa, estava à frente na contagem, com 42,3%, marcando uma queda significativa em relação aos 57% obtidos em 2019, de acordo com a Comissão Eleitoral.

Os resultados parciais mostram que o partido neoliberal Aliança Democrática (DA) é o segundo colocado, com pouco menos de 25% dos votos, seguido pelo partido esquerdista Lutadores da Liberdade Econômica (EFF), com 9%. O partido uMkhonto we Sizwe (MK), do ex-presidente Jacob Zuma, aparece com 8% dos votos.

A expectativa é que os resultados finais sejam divulgados apenas no fim de semana, mas tudo indica que o atual líder do ANC e presidente nacional, Cyril Ramaphosa, terá que buscar aliados para obter um segundo mandato. Caso essa tendência se confirme, será a primeira vez desde 1994, quando ocorreram as primeiras eleições democráticas após o fim do apartheid, que o ANC não conquistará mais de 50% dos votos.

O alto comparecimento dos eleitores nestas eleições indica uma participação consideravelmente superior aos 66% registrados em 2019, conforme informações da Comissão Eleitoral Independente. Com a eleição de 400 deputados, o presidente para os próximos cinco anos será nomeado em junho. A população sul-africana está claramente dividida quanto ao futuro político do país, com alguns expressando o desejo por uma mudança e outros ainda mantendo apoio ao ANC.

Diante desse cenário, observadores políticos apontam que o ANC, que atualmente tem 230 deputados (57,3%), continuará sendo a maior bancada do Parlamento, porém, com menos de 50% dos votos, a formação de um governo de coalizão pode se tornar necessária. As próximas semanas serão decisivas para a definição do panorama político da África do Sul e as possíveis alianças que poderão surgir.

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