Os resultados parciais mostram que o partido neoliberal Aliança Democrática (DA) é o segundo colocado, com pouco menos de 25% dos votos, seguido pelo partido esquerdista Lutadores da Liberdade Econômica (EFF), com 9%. O partido uMkhonto we Sizwe (MK), do ex-presidente Jacob Zuma, aparece com 8% dos votos.
A expectativa é que os resultados finais sejam divulgados apenas no fim de semana, mas tudo indica que o atual líder do ANC e presidente nacional, Cyril Ramaphosa, terá que buscar aliados para obter um segundo mandato. Caso essa tendência se confirme, será a primeira vez desde 1994, quando ocorreram as primeiras eleições democráticas após o fim do apartheid, que o ANC não conquistará mais de 50% dos votos.
O alto comparecimento dos eleitores nestas eleições indica uma participação consideravelmente superior aos 66% registrados em 2019, conforme informações da Comissão Eleitoral Independente. Com a eleição de 400 deputados, o presidente para os próximos cinco anos será nomeado em junho. A população sul-africana está claramente dividida quanto ao futuro político do país, com alguns expressando o desejo por uma mudança e outros ainda mantendo apoio ao ANC.
Diante desse cenário, observadores políticos apontam que o ANC, que atualmente tem 230 deputados (57,3%), continuará sendo a maior bancada do Parlamento, porém, com menos de 50% dos votos, a formação de um governo de coalizão pode se tornar necessária. As próximas semanas serão decisivas para a definição do panorama político da África do Sul e as possíveis alianças que poderão surgir.