Sheinbaum, que é a favorita nas eleições do próximo domingo (2), assinou um documento promovido pela RSF juntamente com sua adversária de centro-direita Xóchitl Gálvez e o centrista Jorge Álvarez Máynez. Nesse documento, comprometeu-se publicamente a proteger o jornalismo e criar um grupo de trabalho nos primeiros meses de seu mandato para estruturar ações nesse sentido.
Entre as medidas propostas por Sheinbaum estão o apoio a jornalistas deslocados, a revisão do mecanismo de proteção dos comunicadores e a definição de um protocolo para a investigação de crimes contra a liberdade de expressão. Além disso, a candidata promete mudanças nas leis estaduais que criminalizam a difamação e uma política de reconhecimento e respeito ao jornalismo.
O México é considerado um dos países mais perigosos para o exercício do jornalismo, com mais de 150 repórteres assassinados desde 1994. Destes, 38 foram mortos durante o governo do atual presidente Andrés Manuel López Obrador, que iniciou em 2018. A maioria dos crimes contra jornalistas permanece impune, o que representa um desafio à liberdade de imprensa no país.
O compromisso assumido pela RSF com os três candidatos presidenciais tem como foco a priorização de cinco eixos, incluindo a proteção dos jornalistas, a garantia legal dessa proteção e o combate à impunidade. A organização celebrou o compromisso dos candidatos e destacou a importância desse gesto como um passo em direção à cooperação concreta com o próximo governo.
Em suma, as propostas de Claudia Sheinbaum visam mudar o cenário de violência contra jornalistas no México e garantir a liberdade de expressão como um direito fundamental no país. A assunção desses compromissos por parte dos candidatos presidenciais representa um avanço na proteção dos comunicadores e no fortalecimento do ambiente democrático e pluralista no México.