Lessa mencionou que a residência de um amigo chamado Santiago Gordo ficava a 50 metros do haras dos Brazão, e tornou-se um ponto de encontro onde bebiam cerveja, jogavam sinuca e trocavam ideias sobre os criadouros. Ele descreveu o ambiente como tranquilo, próximo à natureza, e destacou a atmosfera agradável contagiante entre eles.
Além disso, o ex-policial militar mencionou outro personagem na trama envolvendo o assassinato da vereadora Marielle Franco: Edmilson Oliveira da Silva, conhecido como Macalé, que também criava pássaros. Lessa afirmou que Macalé foi quem lhe forneceu a arma e o carro utilizados no crime, juntamente com o endereço da parlamentar em 2017.
Em sua delação, Ronnie Lessa ainda mencionou supostos encontros realizados com o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado Domingos Brazão e seu irmão, o deputado federal Chiquinho Brazão, ao longo dos últimos 25 anos. No entanto, o ex-PM não apresentou provas concretas desses encontros.
Por fim, Lessa afirmou ter recebido a oferta de um loteamento clandestino dos irmãos Brazão como pagamento pela morte da vereadora Marielle Franco, mas esse acordo não se concretizou. O ex-PM está detido desde 2019 pelo assassinato de Marielle e de seu motorista Anderson Gomes.
Em resposta, o advogado Cléber Lopes, que representa Chiquinho Brazão, negou a proximidade entre seu cliente e Ronnie Lessa. Segundo ele, não há evidências que comprovem essa ligação. Os advogados de Domingos Brazão também negaram qualquer relação próxima entre o parlamentar e o ex-policial militar. Eles destacaram a falta de credibilidade nas informações fornecidas por Lessa, considerando-o um criminoso em busca de benefícios legais.
Dessa forma, a trama envolvendo Ronnie Lessa, os irmãos Brazão e o assassinato de Marielle Franco continua a se desenrolar, com revelações surpreendentes e negações por parte dos envolvidos.